sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Marcas



E ficam as marcas pregadas no tempo. Cada lembrança que se aproxima da consciência traz a sensação de arrepio causada pelas marcas. São como clipes coloridos presos em fotografias para marcar momentos importantes, mas os momentos marcados, apesar de bons, trazem melancolia. E no decorrer dos dias, As lembranças vão esmaecendo até se tornarem borrões não identificados. Mas a sensação- a de melancolia- essa sim, persiste. Dá pra continuar o percurso, mesmo que as lembranças apareçam. Só que elas sugam as cores do dia, e fazem do sol um um breu, e do caminho uma trilha. Essas mesmas lembranças, que antes enchiam meu coração de alegria, hoje apunhalam o futuro com a mesma faca que apunhalou também meu coração.
Atenção adorávelllll público!Meninas e meninos!Senhoras e senhores!!!Com vcs A Palhaça!!!Clap Clap Clap!!!Mais palmas genteeeeeee, vamos ver se ela acorda para a vida!!!Clap Clap Clap!!!
É isso mesmo, mais uma vez a palhaça, de que uma platéia composta de uma pessoa ri. Por
baixo da maquiagem há lágrimas, que importa?A platéia quer rir. E a ela depende da platéia, há um vínculo. Por vezes a a palhaça acha que está agradando, e derepente, como a velocidade de um homem bala, ela é vaiada. Fez não o papel de palhaça, mas o papel de ridícula. Há pessoas que não merecem o espetáculo.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Tudo indiferente


Sobrou os escombros e a poeira que sobe e escurece o céu. O dia cinza que passa lento deixa triste o olhar de quem perdeu tudo. E não é perder algo, do tipo que se trabalha e se conquista de novo. É perder o olhar terno. É perder o olhar sedento que te desejava. É ver ir embora o amor, já frio, pela janela do ônibus. É acordar sem o interesse pela vida, porque o mesmo se esvaiu, enquanto dormia. E fica a sensação, de que tudo parece igual. o frio o calor, a fome. nada faz efeito. seu corpo não sente. A única coisa que realmente dói e o coração. Parece bater contra a vontade. A garganta se fecha e o ar encontra dificulade de passar. E não se consegue ver, da altura que está, nem sequer um fio de luz. Um grande poço onde, no mais, o próprio eco, faz companhia.